Doce de jaca cristalizada

               Gosto de doces cristalizados, especialmente daqueles que têm uma casquinha durinha, com açúcar cristal, e por dentro são cremosos e macios.
               Não costumo ter jaca em casa, não.
               Apesar de gostar e muito, muitos na família não gostam e o cheiro pode ser inconveniente, às vezes. Além disso, nem sempre é fácil encontrá-la em mercados ou hortifrutis pelos mesmos motivos.
                Amo cozinhar os caroços tanto em pratos salgados, quanto em doces e até consumi-los como castanhas portuguesas, apenas cozidos em água e sal.
               Além do sabor, da textura da jaca mole (a jaca dura já não me apetece tanto), da versatilidade também há o lado emocional, lembranças da casa de minha vó, onde sempre tinha jaca, e das viagens onde avistávamos esta árvore tão frondosa.
               Ô, saudades...
               E ainda planejo me aventurar no preparo de outros pratos com a jaca verde, além da receita de coxinha que já publiquei aqui.

              Para ver outras receitas de compotas e genéricos acesse o Índice 3.

                Se não quiser forçar muito o liquidificador, cozinhe a polpa da jaca antes de batê-la.

               Se a jaca mole estiver bem madura não vai precisar cozinhá-la, mas vai ser mais difícil tirar a pele marronzinha que cobre os caroços de dentro dos gomos, o que vai deixar o doce muito mais escuro.
               Depois de bater a polpa da jaca no liquidificador, meça a quantidade obtida.
               Meça a mesma quantidade de açúcar refinado e coloque os dois em uma panela.
               Leve ao fogo mexendo sempre até aparecer o fundo da panela.
               É provável que o doce comece a escurecer o fundo da panela, mas não há problema alguma, apenas não passe a colher no fundo da panela.
               Mexa o doce sem parar e sem raspar a colher no fundo para não incorporar a parte queimada ao doce.
               Deixe o doce no fogo até chegar ao ponto de enrolar, ponto de brigadeiro.
               Verifique o ponto do mesmo modo que o doce brigadeiro, colocando uma porção do doce dentro de um copo de água.
               Se conseguir modelar uma bolinha macia, está pronto.
               Retire o doce do fogo e espere esfriar um pouco, mas não totalmente.      
               Coloque o açúcar cristal em um prato e com auxílio de 2 colheres, coloque porções do doce e envolva no açúcar.
               Deixe os docinhos secarem em uma forma forrada com papel sulfite por 24 h.

               Estes doces mais escuros foram feitos da mesma forma, só que, como a jaca já estava passando do ponto, algumas peles que recobrem os caroços ficaram grudadas no gomo, o que deixou a massa do doce mais escura.

               Bata a polpa no liquidificador e acrescente uma quantidade equivalente de açúcar.
               No doce mais escuro eu acrescentei uma colher, das de café de bicarbonato, para deixar a casquinha mais crocante, e o doce não pegou no fundo da panela.
               Não sei se foi por causa do bicarbonato, mas fica a dica: para cada 500g de polpa, uma colher, das de café, de bicarbonato de sódio.
               E acrescente o bicarbonato quando o doce já estiver soltando do fundo da panela.
               Mexa mais um pouco até o doce que ele forme um bloco.

               Se quiser, sirva este doce como uma geléia.
               Ou finalize como o doce anterior.

               Passe o doce para um pote untado, deixe amornar e modele, com auxílio de duas colheres e do açúcar cristal.

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