De vez em quando minha mãe lembrava de alguma receita que sua mãe costumava fazer.
Nada mais gostoso do uma receitinha temperada com sabor saudade.
O problema é que minha mãe nunca se preocupou em aprender as receitas da mãe, embora seja uma excelente cozinheira.
Então precisei pesquisar muito e fazer algumas receitas até chegar em uma bem parecida com a da vovó.
No nordeste do Brasil e em Portugal, filhós são friturinhas feitas na época do carnaval e servidas com calda de especiarias.
Embora o carnaval não fizesse parte das nossas tradições, preparar os filhós nesta época fazia parte das tradições da vovó. Pelo menos enquanto seus filhos eram solteiros.
Minha mãe acabou recebendo a receita de uma colega de trabalho.
A massa é a massa choux, com a qual se faz bombas e Carolinas e uma série de outras receitas doces e salgadas. A massa é neutra.
Eu já havia publicado a receita aqui, junto com a receita de filhós de Caicó, mas não tinha fotografado a receita da vovó ainda.
Por isso resolvi desmembrar aquele post em 2, dando o destaque merecido à receita de minha querida e saudosa avó.
Mãos ao trabalho!!!!
Para ver outras receitas de compotas, genéricos e rosquinhas fritas acesse o Índice 3.
Filhós de Recife, da vó Anaide:
- 1 xícara (das de chá) de água;
- 1 pitada de sal;
- 1 colher (das de sopa) de manteiga;
- 1 colher (das de chá) de açúcar;
- casca de 1 limão ralada;
- 125 g de farinha de trigo;
- 4 a 5 ovos;
- óleo para fritar.
Leve ao fogo a água, o sal, a manteiga, o açúcar e a casca de limão ralada.
Quando começar a ferver, junte toda farinha de uma vez só;
Mexa bem, ainda no fogo, por cerca de 3 minutos.
A massa vai formar uma bola naturalmente. Vá abrindo esta bola, puxando a massa com a colher de pau, para cozinhar bem no centro e evaporar o máximo de líquido possível.
Isso vai fazer com que os ovos sejam bem absorvidos pela massa e os filhós (ou Carolinas ou bombas) cresçam bastante. Geralmente quadruplicam de tamanho.
Vai se formar uma casquinha no fundo e nas laterais da panela. Não há problema. A massa vai desgrudar facilmente desta casquinha, ficando macia como deve ser, e a casquinha é sinal de que a massa está bem cozida. Só não a deixe queimar.
Retire do fogo e passe para a batedeira ou para uma tigela, caso queira usar o liquidificador depois.
Quebre os ovos, 1 a 1, em um copo e junte-os todos em outro copo. O primeiro copo serve para verificar se o ovo está bom para consumo. Se estiver, junte-o aos outros.
Ligue a batedeira e acrescente os ovos, 1 a 1. Não se preocupe por estarem todos no mesmo copo, eles vão na velocidade que você virar o copo. Bata até obter uma massa leve e cremosa como a de bolinhos de chuva.
Se for usar o liquidificador, acrescente 2 ovos (1 de cada vez) e bata a massa até que estes ovos estejam incorporados. Passe a massa para o liquidificador, junte os ovos restantes e bata até a massa ficar leve e cremosa como a de bolinhos de chuva.
Se for necessário, acrescente o quinto ovo.
Aqueça bastante óleo e pingue meia colher, das de sobremesa, de massa no óleo. Lembre-se de que vão quadruplicar de tamanho durante o cozimento.
Frite até dourar e escorra em papel absorvente.
Sirva com calda de frutas ou de especiarias ou de erva doce ou de baunilha.
A vó Anaide fazia a calda de erva doce.
Calda:
- 3 xícaras (das de chá) de açúcar;
- 1 1/2 xícaras (das de chá) de água;
- 1 colher (das de sopa) de erva doce.
Ferva o açúcar com a água e a erva doce até chegar em consistência de mel.
Geralmente quando a calda está no ponto, as borbulhas estouram mais lentamente e já dá para perceber que a calda está mais grossa.
Você pode testar o ponto (não é necessário) separando um pouco da calda e levando para gelar. Mas se não quiser fazer o teste e a calda, quando esfriar, não estiver no ponto desejado, basta levar ao fogo para ferver mais um pouco, caso esteja rala, ou acrescentar um pouco de água e levar ao fogo até ferver, caso esteja grossa demais.
Coe a calda, desprezando a erva doce, e passe para um vidro.
Para ver outras receitas de compotas, genéricos e rosquinhas fritas acesse o Índice 3.
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