A cerca de 3 anos meu primo Elder veio passear em minha cidade com a família e na casa onde se hospedou tinha alguns pés de cacau no quintal.
Ele colheu muitos cacaus (parece que por aqui ninguém dá muita importância para o cacau, que acaba estragando aos pés dos cacaueiros) e me deu uma boa quantidade.
Minha intenção era fazer uma barra de chocolate orgânico, mas confesso que o processo me desanimou um pouco.
Além disso, como já disse, o cacau por aqui é meio esquecido e muitas das amêndoas já tinham germinado. Acabei conseguindo 500 g de sementes de cacau torradas.
E guardei as amêndoas torradas este tempo todo até porque eu estava meio insegura se tinha processado corretamente as amêndoas.
Nesse meio tempo conheci uma baiana, Valdirene, que cresceu em meio às lavouras de cacau da família. E ela me tranquilizou dizendo que as sementes estavam no ponto certo. Quando vi como ela comia com prazer aquelas sementes/amêndoas tão amargas fiquei mais tranquila ainda. Nada nos dá mais prazer do que aquilo que nos lembra uma infância feliz.
Como este ano foi o ano de preparar licores, resolvi aproveitar minhas amêndoas de cacau para fazer licor.
Se você tem acesso ao cacau in natura e quer fazer todo o processo de secagem, torrefação e moagem, veja a explicação no final da postagem.
Se você não quer ter todo este trabalho há muitas empresas que vendem as amêndoas torradas com pele e sem pele e o chamado nibs de cacau, que é a semente torrada, pelada e triturada grosseiramente.
E se você não quiser ter nenhum trabalho ou não tiver tempo disponível, compre o cacau em pó, nas mesmas empresas ou em empórios cerealistas e prepare a segunda receita.