Minha mãe conta que meu avô Amaro
costumava comprar sacas de milho verde de tempos em tempos e minha vó
Anaide passava horas ralando as espigas e preparando diversos pratos com
a massa. Herança dos tempos coloniais em que havia uma diversidade
grande de pratos na hora do café da manhã e da merenda da tarde, que
substituía, muitas vezes, o jantar. Era o que eles chamavam de ceia.
Nossa prima Nelma (prima-irmã de minha mãe) me pediu a receita de
manauê de milho verde, mas a nossa geração não chegou a provar deste
bolo específico. Então o jeito foi pesquisar na internet.
Eu já conhecia o manauê de mandioca/aipim/macaxeira e o primeiro
manauê de Recife que achei era de fubá, mas meio que descartei esta
receita, por conta das história das espigas de milho.
A minha mãe lembrou que a mãe dela fazia
este bolo quando ainda morava no Recife e que quando ela chegou no Rio
de Janeiro já não fazia mais. Por isso a minha geração já não conhece a
receita da vovó.
Achei algumas receitas na
internet, inclusive uma que é de fubá, mas resolvi preparar uma de milho
verde, mudando o modo de fazer, adaptando ao meu tempo disponível.
É hora de fazer a ponte entre o passado e o presente!!!!!
'Bora lá??????
Ah! Resolvi inverter as fotos (normalmente eu coloco a
foto do bolo inteiro primeiro e depois da fatia) porque este bolo, mesmo
não levando ovo, cresce muito, cria uma casquinha e depois murcha.
Então as bordas dele ficam irregulares e esteticamente esquisitas, mas
resolvi deixar mesmo assim para que quem for fazer o bolo não se assuste
com o jeitinho meio desengonçado da borda. Ele é assim mesmo e é muito
gostoso.
E é por isso também que a fatia parece um trapézio bem irregular, menor na parte interna e maior na externa.
Uma pena que a minha mãe disse que não é o manauê da vovó.
Mas que eu tentei, eu tentei!!!!!